Manifesto MMA e MPI: Esquartejamento do meio ambiente é tiro no pé
Manifesto MMA e MPI: Esquartejamento do meio ambiente é tiro no pé O substitutivo para a Medida Provisória 1154, aprovado […]
Acompanhe as datas e os locais dos atos
Entenda o que está acontecendo e os impactos!
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Diversas manifestações serão realizadas pelo Brasil! Fizemos um compilado com os dias, horários e locais dos atos:
Data: 18 de Julho
Horário: 16 Horas
Concentração: em frente ao MASP. Avenida Paulista 1578.
DIVULGUE:
Data: 21 de Julho (Quarta-feira)
Horário: 16 Horas
Concentração: em frente ao gramado do Congresso Nacional
Divulgue:
Data: 18 de Julho
Horário: 10h
Concentração: Praça da Liberdade
Divulgue:
Data: 18 de Julho
Horário: 15h
Concentração: Cabeceira insular da ponte Hercílio Luz
Divulgue:
Data: 23 de Julho
Horário: 17h
Concentração: Cinelândia
Divulgue:
O chamado contra o “desmonte socioambiental” e a decisão de ir para as ruas se deram a partir da aprovação do Projeto Legislativo (PL) 490, do Marco Temporal, que ameaça a demarcação de territórios indígenas, da Medida Provisória (MP) 1150, que impacta a restauração de florestas e abre brechas para mais desmatamento na Mata Atlântica, e do relatório da MP 1.154, que “esvazia” os Ministérios do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI).
A Medida Provisória 1150 tem gerado grande preocupação entre os defensores do meio ambiente devido ao seu impacto na restauração florestal e ao aumento do desmatamento na Mata Atlântica. A MP abre brechas que permitem mais desmatamento, colocando em risco um dos biomas mais biodiversos do Brasil. A sociedade civil se mobiliza para combater essas ameaças e garantir a proteção desse importante ecossistema.
O Medida Provisória 1.154 trouxe mudanças preocupantes nos Ministérios do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI) O texto “esvazia” algumas atribuições desses ministérios, transferindo responsabilidades importantes para outras pastas. Entre as mudanças, destaca-se a transferência da gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, o que levanta preocupações sobre o controle ambiental. Além disso, a responsabilidade de reconhecimento e demarcação de terras indígenas foi transferida para o Ministério da Justiça, causando apreensão entre os povos indígenas e seus defensores.
O Projeto de Lei 490, conhecido como PL do Marco Temporal é um ataque aos direitos indígenas. A proposta defende a tese de que apenas áreas onde comunidades indígenas já viviam ou disputavam até outubro de 1988 devem ser demarcadas como Terras Indígenas (TIs). No entanto, essa abordagem ignora as injustiças históricas enfrentadas pelos povos indígenas, que foram expulsos de suas terras ao longo dos séculos. Além disso, os povos indígenas continuam sofrendo com a degradação ambiental e a violência relacionada ao garimpo, empreendimentos imobiliários e agropecuária. A sociedade está unida para combater essa proposta e garantir os direitos e a proteção dos povos indígenas e suas terras.
PL do Veneno (PL 6299/2002) busca flexibilizar as normas e facilitar a aprovação de agrotóxicos no Brasil, colocando em risco tanto a nossa saúde quanto o meio ambiente. Ao facilitar a entrada de agrotóxicos no mercado, o PL do Veneno compromete a segurança alimentar da população, pois essas substâncias químicas podem deixar resíduos nos alimentos que consumimos diariamente. Estudos científicos têm associado o uso indiscriminado de agrotóxicos a diversos problemas de saúde, como câncer, distúrbios hormonais, danos ao sistema nervoso e problemas reprodutivos.
População vai as ruas contra desmonte socioambiental promovido pelo Congresso Nacional
Mobilizadores pedem fim à violência aos indígenas e ao desmonte de políticas socioambientais
Organizações e coletivos, povos originários e a população em geral, se mobilizarão em atos em São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis no dia 18, em Brasília no dia 21, e no Rio de Janeiro dia 23, em protesto contra as recentes ameaças socioambientais aprovadas no Congresso Nacional. O chamado contra o “desmonte socioambiental”, e a decisão de ir para as ruas se deu a partir da aprovação da Medida Provisória (MP) 1150, que impacta a restauração de florestas e abre brechas para mais desmatamento na Mata Atlântica, do relatório da MP 1.154, que “esvazia” os Ministérios do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI) e do Projeto Legislativo (PL) 490, do Marco Temporal, que ameaça a demarcação de territórios indígenas. Há previsão de que mobilizações menores se espalhem por outras cidades do país.
Fique por dentro do que está acontecendo
MP 1.150 e emendas
No final de março, a Medida Provisória 1.150, publicada no governo Bolsonaro, foi aprovada na Câmara dos Deputados. A MP, a princípio, alterava os prazos do Programa de Regularização Ambiental (PRA)* do Código Florestal e adiava, pela 6ª vez, o início da recuperação de áreas desmatadas ilegalmente há mais de 15 anos é prorrogado. Segundo dados do Boletim Informativo do Balanço do Código Florestal, o texto aprovado prorroga a restauração de 21 milhões de hectares de áreas desmatadas ilegalmente há mais de 15 anos, abrindo possibilidade para que a recuperação destas áreas nunca aconteça.
Mas ao passar pela Câmara dos deputados, o texto aprovado flexibilizou ainda mais a proteção ambiental: abre brechas para o desmatamento de 26 milhões de hectares da Mata Atlântica. Dados recentes divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), revelam que o bioma já perdeu mais de 20 mil campos de floresta no último ano. De acordo com a organização “A lente usada para a análise enxerga fragmentos maiores que 3 hectares. Se considerada uma tecnologia mais avançada, que enxerga fragmentos menores (a partir de 0.5 hectares), a área desmatada pode ser até três vezes maior.”.
O impacto da MP atingiu inclusive as cidades, sendo incluídas e aprovadas emendas que possibilitam o desmatamento em Áreas de Preservação Permanente (APPs) em beiras de rios nas cidades e que retiram a necessidade de zona de amortecimento nas Unidades de Conservação urbanas.
Quando foi para o Senado Federal, os jabutis foram considerados como impugnação e assim rejeitados. O adiamento da restauração florestal foi aprovado. Voltando para votação na Câmara, o texto retornou como estava, com todos os jabutis. No começo de junho, na semana do meio ambiente, o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, vetou as ameaças à Mata Atlântica, as florestas de beira de rios e as Unidades de Conservação. O Congresso Nacional ainda pode derrubar o veto.
Relatório da MP 1.154
A MP 1.154 é a medida provisória, aprovada na primeira semana do Governo Lula deste ano, que reestruturou os ministérios, para como são hoje. Com a nova estrutura, o Cadastro Ambiental Rural (CAR)*, que havia sido transferido para o Ministério da Agricultura e Pecuária no Governo anterior, voltou para atribuição do MMA. A medida também criou o Ministério dos Povos Indígenas.
O relatório da MP, porém, de autoria do Deputado Federal Isnaldo Bulhões Jr. (MBD-AL), alterou o texto base, “esvaziando” algumas atribuições, que hoje são de responsabilidade dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI).
Do Ministério do Meio Ambiente transferiu a gestão do CAR, ferramenta de monitoramento e fiscalização de desmatamento nos imóveis rurais de todo país, para o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
A Agência Nacional de Águas (ANA), que faz a gestão dos mananciais de água do país, também foi retirada do Ministério do Meio Ambiente, sendo transferida para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR). No governo Bolsonaro, a ANA esteve dentro deste ministério.
Ainda, o novo texto retira a responsabilidade de reconhecimento e demarcação de terras indígenas do MPI e a transfere para o Ministério da Justiça. A Ministra Sônia Guajajara criticou os retrocessos em andamento contra os povos indígenas. “Todo mundo lembra da campanha do presidente Lula que trouxe a pauta indígena para o centro de sua campanha eleitoral, assumindo o compromisso de retomar os processos de demarcação das terras indígenas. Foi nesta perspectiva que foi criado o Ministério dos Povos Indígenas. E agora nós vemos este Congresso promovendo um verdadeiro ataque a este ministério, num país que levou 523 anos para reconhecer a importância dos povos indígenas e menos de cinco meses para tentar nos calar e tutelar novamente”.
Em maio deste ano, 790 organizações assinaram um manifesto contra o “esvaziamento” dos ministérios, que solicita a correção de alguns pontos em relação as políticas socioambientais.
Marco Temporal
No mesmo período, a Câmara dos Deputados ainda aprovou, por 283 votos a favor e 155 contra o Projeto de Lei 490, conhecido como PL do Marco Temporal. A proposta defende uma tese que restringiria demarcações de Terras Indígenas (TIs), apenas às áreas em que comunidades originárias já vivessem ou disputassem até outubro de 1988. Porém, de acordo com Simone Nacif, porta-voz da Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD) em entrevista ao jornal DW, o projeto votado ignora as injustiças históricas sofridas pelos povos indígenas, que foram expulsos de suas terras como parte da política de Estado principalmente na Ditadura Militar. Após terem sido expulsos por séculos de perseguição, desde que o Brasil foi ocupado, estes povos também não tiveram a oportunidade de reivindicar formalmente o reconhecimento das suas terras. Além disso, os povos indígenas seguem ameaçados pela degradação ambiental, e pela violência do garimpo, de empreendimentos imobiliários e da agropecuária.
Agora, o PL segue para votação no Senado Federal, sob o número 2903/2023.
A tese do marco temporal também está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). A votação foi retomada na última quarta-feira (07), mas foi suspensa após um pedido de vista do Ministro André Mendonça, tendo um prazo de até 90 dias para ser retomada a votação.
Além desses, outras propostas legislativas avançam no Congresso, como o PL 1.282/2019. O projeto que ficou conhecido como “PL da Irrigação”, altera o Código Florestal para permitir o desmatamento de florestas em beiras de rios para uso do agronegócio. Sob a justificativa de utilidade pública, potencializa a crise hídrica e o conflito pela água no país.
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*O PRA é o maior programa de restauração ambiental do Brasil. O Programa de Regularização Ambiental é um conjunto de ações a serem desenvolvidas por proprietários e posseiros rurais com o objetivo de adequar e regularizar o imóvel que possui áreas desmatadas sem estar em conformidade com a Lei antes de 02 de julho de 2008. A regularização pode ser feita por meio da recuperação ou compensação de áreas de preservação permanente ou reservas legais.
Com a alteração proposta, o prazo para se inscrever no CAR e acessar os benefícios do PRA, foram estendidos. O processo de adesão ao PRA não terá mais prazo determinado para acontecer, o que se dará somente após a análise do CAR, e um ano da convocação do produtor rural.
* O CAR é um registro público eletrônico nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
Código Florestal
Observatório do Código Florestal - Simone Milach - simone.milach@observatorioflorestal.org.br - 21 99800-0667
Amigos da Terra - Amazônia Brasileira – Aldrey Richel - contato@amazonia.org.br | 11 3887-9369
Andamento de Projetos Legislativos (temas jurídicos)
WWF Brasil – AViV Comunicação - 11 98864-7264
Rita Silva - rita.silva@avivcomunicacao.com.br
Sandra Miyashiro - sandra.miyashiro@avivcomunicacao.com.br
Mata Atlântica
SOS Mata Atlântica
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Povos originários
Gabinete Deputada Celia Xakriabá - diego@avaaz.org
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