O pesquisador da UFMG e membro do Comitê Técnico do Observatório do Código Florestal, tem longo histórico de investigação para o combate ao desmatamento e implementação do Código Florestal
24 de janeiro – O pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Raoni Rajão, integrante do Comitê Executivo do Observatório do Código Florestal, assumirá o Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA). Nesta segunda-feira (23), ele aceitou o convite feito pela Ministra do MMA, Marina Silva e pelo Secretário Extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima.
Raoni Rajão é Professor Associado no departamento de Engenharia de Produção da UFMG, Coordenador do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais da UFMG, membro do comitê técnico da rede do Observatório do Código Florestal (OCF), pesquisador do The Wilson Center, e membro afilado da Academia Brasileira de Ciências. O pesquisador em ampla formação técnica e atuação na área ambiental e desde o mestrado se dedica ao estudo da relação entre tecnologia, ciência e políticas públicas, com ênfase na avaliação de políticas de controle do desmatamento e de pagamento por serviços ambientais.
Trajetória
Durante a sua trajetória, Raoni pesquisou e investigou as causas e soluções para o combate ao desmatamento, além de atuar em prol da implementação do Código Florestal no Brasil. Logo após a edição da Lei de Proteção da Vegetação Nativa em 2012, Raoni foi um dos autores do artigo publicado pela Science “Cracking Brazil’s Forest Code”, demonstrando que o Código Florestal aprovado reduziu as áreas a serem restauradas no Brasil e explicitando as anistias concedidas aos desmatadores até 2008.
Outro artigo mais recente, no qual foi coautor, também publicado pela Science, foi “As Maçãs Podres do Agronegócio”. A publicação investiga a relação entre o desmatamento ilegal na Amazônia e no Cerrado, e as importações da soja e carne bovina do Brasil pelos países da União Europeia.
Raoni tem sólida experiência acerca do tema do departamento em que assumirá. No âmbito do Observatório do Código Florestal (OCF) desenvolveu uma série de estudos, análises, ferramentas, além de representar a rede em eventos internacionais. Em novembro do ano passado, Raoni esteve no painel sobre Regularização Ambiental na COP27, onde falou sobre a Lei de Proteção da Vegetação Nativa e apresentou dados que revelam que a responsabilidade do desmatamento no Brasil está concentrada em apenas algumas grandes propriedades rurais. No âmbito do Cadastro Ambiental Rural (CAR), um dos principais instrumentos do novo Código Florestal, o professor e pesquisador liderou o desenvolvimento da ferramenta Panorama do Código Florestal, que apresenta dados do balanço ambiental dos imóveis rurais com CAR.
Uma outra publicação que ele liderou no OCF foi a Economia do Desmatamento em Florestas Tropicais, que busca tanto reconstruir a história dos avanços científicos da economia brasileira com relação ao desmatamento, quanto discutir os novos conceitos e mecanismos voltados para a economia ambiental.
Raoni ainda é um dos autores dos livros Uma Breve História da Legislação Florestal Brasileira – Parte 1 e 2. A publicação, que é dividida em duas partes, mostra a história da legislação de 1500 até os dias de hoje, e o texto compilado da Lei Florestal, incluindo decisões do Supremo Tribunal Federal e comentários feitos por diversos especialistas, entre eles, o professor da UFMG.
Roberta del Giudice, secretária executiva do OCF, comenta que Raoni é uma pessoa extremamente preparada e que conhece profundamente o tema, sendo uma escolha ideal para o departamento. Roberta lembra também do seu conhecimento em análise de dados, e que acredita que trará bons resultados para o meio ambiente. “Desejo muita sorte e sucesso para enfrentar o grande desafio de combater o desmatamento ilegal no Brasil.” finaliza Roberta.
Um outro importante nome que vai atuar no Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima é o advogado André Lima. André foi um dos fundadores do Observatório do Código Florestal, atuou diretamente no Congresso Nacional para reduzir os impactos das alterações na Lei, antes de sua edição em 2012. Ele assumirá a Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial e também tem longo histórico com a área ambiental e com o Código Florestal, sendo um dos autores do PPCDAm. O advogado é mestre em Gestão e Políticas Públicas Ambientais pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB) e entre 2015-2017 foi Secretário de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal.
André Lima tem passagem nas esferas de direito e políticas públicas em outras organizações membros da rede do OCF, como a Fundação SOS Mata Atlântica, no Instituto Socioambiental (ISA), no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e no Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).
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