Em 2014, somente a produção de cana-de-açúcar teve uma quebra de mais de 10% em São Paulo. A seca continua castigando as lavouras, ameaçando diminuir a safra em várias culturas. Mas se a agricultura é vítima, é ao mesmo tempo vilã e salvadora. Vamos ligar esses pontos.
Além de um grave problema de planejamento para o armazenamento de água, a crise é decorrente de uma seca severa. Eventos climáticos extremos são consequência do aquecimento global, que segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ocorrem em função do aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Ponto 1: o Brasil está entre os 10 maiores emissores de GEE do mundo. Em 2013, a agricultura foi a principal fonte de emissões de GEE no país, respondendo por 63% do total, principalmente devido ao desmatamento, à pecuária e ao uso de fertilizantes nitrogenados.
A crise se acentua, pois estamos consumindo mais água do que produzindo. A produção ocorre pela infiltração da chuva no solo, que chega aos lençóis freáticos, nascentes e cursos d’água das bacias hidrográficas. Quanto mais floresta existir em uma bacia hidrográfica, mais infiltração e mais protegidas estarão as nascentes e cursos d’água. Quanto melhor a conservação do solo, mais água infiltra.
O ponto 2 está feito: nossa agricultura ainda não protege os solos adequadamente e ocupa grande parte das áreas fundamentais para a produção de água – as tais Àreas de Preservação Permanente (APPs). Mais de 20% das APPs de São Paulo estão ocupadas por pastos ao invés de florestas e algumas das suas mais importantes bacias hidrográficas têm menos de 5% de cobertura florestal. Em geral, quanto mais monocultura, menos floresta.
Ponto 3: o setor rural lutou fortemente para a publicação de um Código Florestal que protege menos floresta e praticamente não exige a restauração das APPs.
Para completar, o ponto 4, a agricultura também é grande consumidora de água, devido à irrigação das culturas. Em geral, desperdiçamos água, pois mal se considera o tipo de solo e a necessidade das plantas para se irrigar uma lavoura. Estamos longe de fazer uma irrigação eficiente no campo.
Obviamente, as soluções para a crise hídrica passam, não exclusivamente, mas necessariamente, pela agricultura e o uso da terra no Brasil. Temos a ciência e tecnologias para entender e resolver essas complexas questões. Porém, além de não contarmos com São Pedro, não temos as políticas públicas, instrumentos e incentivos para reverter a situação e tornar a agricultura uma produtora de água e mitigadora das mudanças climáticas, sistematicamente e em escala nacional.
*Luís Fernando Guedes Pinto, engenheiro agrônomo e doutor em agronomia pela Universidade de São Paulo, é gerente de certificação do Instituto de Manejo e Certificação Florestal Agrícola (Imaflora) e membro da Rede Folha de Empreendedores Sociais (Artigo publicado originalmente na Folha de São Paulo)
In 2014, only the production of sugarcane has fallen by more than 10% in São Paulo. The dry continues punishing crops, crop threatening decrease in various crops. But if agriculture is a victim, is both villain and savior. Let’s call these points.
In addition to planning a serious problem for water storage, the crisis is due to a severe drought. Extreme weather events are a result of global warming, which the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), occur due to the increase in emissions of greenhouse gases (GHG).
Point 1: Brazil is among the 10 largest emitters of greenhouse gases in the world. In 2013, agriculture was the main source of GHG emissions in the country, accounting for 63% of the total, mainly due to deforestation, livestock and the use of nitrogen fertilizers.
The crisis is accentuated because we are consuming more water than producing. The production occurs by rain infiltration into the soil, which reaches the groundwater, springs and waterways watershed. The more forest exist in a watershed, more infiltration and more will be protected springs and waterways. The better soil conservation, more water infiltrates.
Point 2 is made: our agriculture does not protect the soil properly and occupies most of the key areas for the production of water – such the Permanent Preservation Areas (PPAs). Over 20% of APPs of São Paulo are occupied by pastures instead of forests and some of its most important river basins have less than 5% forest cover. In general, the more monoculture, less forest.
Point 3: the rural sector fought strongly to the publication of a Forest Code that protects less forest and hardly requires the restoration of APPs.
To complete the point 4, agriculture is also a major consumer of water due to irrigation of crops. In general, waste water, as bad considering the type of soil and the need for plants to irrigate a crop. We are far from making efficient irrigation in the field.
Obviously, the solutions to the water crisis pass, not exclusively, but necessarily, agriculture and land use in Brazil. We have the science and technologies to understand and solve these complex issues. But besides not count on St. Peter, we do not have public policies, instruments and incentives to reverse the situation and make agriculture a producer of water and mitigation of climate change, systematically and on a national scale.
* Luis Fernando Guedes Pinto, an agronomist and a doctorate in agronomy from the University of São Paulo, is certification manager of the Institute of Management and Agricultural Forest Certification (Imaflora) and member of the Network Sheet of Social Entrepreneurs (Article originally published in the Folha de São Paulo )
En 2014, sólo la producción de la caña de azúcar ha caído en más de un 10% en Sao Paulo. La seca continúa cultivos, cultivos de castigo que amenaza la disminución en diversos cultivos. Pero si la agricultura es una víctima, es a la vez malo y salvador. Vamos a llamar a estos puntos.
Además de la planificación de un grave problema para el almacenamiento de agua, la crisis se debe a una grave sequía. Los fenómenos meteorológicos extremos son una consecuencia del calentamiento global, que el Panel Intergubernamental sobre el Cambio Climático (IPCC), se producen debido al aumento de las emisiones de gases de efecto invernadero (GEI).
Punto 1: Brasil está entre los 10 mayores emisores de gases de efecto invernadero en el mundo. En 2013, la agricultura era la principal fuente de emisiones de gases de efecto invernadero en el país, que representan el 63% del total, debido principalmente a la deforestación, animales de granja y el uso de fertilizantes de nitrógeno.
La crisis se acentúa porque estamos consumiendo más agua que la producción. La producción se produce por infiltración de lluvia en el suelo, que llega a las aguas subterráneas, manantiales y cursos de agua de la cuenca. El más bosque existe en un punto de inflexión, más y más la infiltración será protegida manantiales y cursos de agua. El mejor conservación del suelo, el agua se infiltra más.
El punto 2 se hace: nuestra agricultura no protege adecuadamente el suelo y ocupa la mayor parte de las áreas clave para la producción de agua – como las Áreas de Preservación Permanente (PPA). Más del 20% de las aplicaciones de Sao Paulo están ocupadas por pastos en lugar de bosques y algunos de sus más importantes cuencas tienen una cubierta forestal inferior al 5%. En general, cuanto más monocultivo, menos bosque.
Punto 3: el sector rural luchado fuertemente a la publicación de un Código Forestal que protege menos bosque y apenas requiere la restauración de las aplicaciones.
Para completar el punto 4, la agricultura es también un gran consumidor de agua debido a la irrigación de los cultivos. En, general de aguas residuales, como mal teniendo en cuenta el tipo de suelo y la necesidad de las plantas para el riego de un cultivo. Estamos lejos de hacer eficiente el riego en el campo.
Obviamente, las soluciones a la crisis del agua pasan, no exclusivamente, pero necesariamente, la agricultura y el uso de la tierra en Brasil. Tenemos la ciencia y la tecnología para comprender y resolver estas cuestiones complejas. Sin embargo, además de no contar en San Pedro, no tenemos políticas públicas, instrumentos e incentivos para revertir la situación y hacer que la agricultura productora de agua y la mitigación del cambio climático, de forma sistemática y en una escala nacional.
* Luis Fernando Guedes Pinto, un agrónomo y un doctorado en agronomía de la Universidad de Sao Paulo, es administrador de la certificación del Instituto de Certificación de Manejo Forestal y Agrícola (Imaflora) y miembro de la Hoja de Red de Emprendedores Sociales (Artículo publicado originalmente en el diario Folha de Sao Paulo )
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