Atos também aconteceram em Belo Horizonte e Florianópolis
20 de junho – Neste domingo (18), a Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco de mobilização contra o desmonte socioambiental promovido pelo Congresso Nacional. Centenas de pessoas se reuniram em resposta a aprovação e ao andamento de Projetos Legislativos (PLs) e Medidas Provisórias (MPs), que representam um impacto negativo para o meio ambiente, para os povos originários, e consequentemente para toda a população. Portando cartazes, faixas e bandeiras, a população pediu por florestas em pé, conservação da água, justiça climática e demarcação de territórios indígenas.
A decisão de ir para as ruas em protesto, promovido por organizações da sociedade civil e coletivos, se deu a partir de uma semana exaustiva para ambientalistas, que em poucos dias no final de maio sofreram três derrotas para a bancada ruralista da Câmara dos Deputados. Na véspera do aniversário do Código Florestal e próximo ao dia do meio ambiente, foram propostos e aprovados textos na Câmara com alto impacto negativo, social e ambiental. Entre as propostas: alteração no Código Florestal e a na Lei da Mata Atlântica (Texto da Câmara da 1.150/22); retirada de poder dos Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas (Texto da Câmara da MP 1.154/23); e ameaça a demarcação de territórios indígenas (PL 490/07).
O cabo de guerra, entre o poder Executivo e a Câmara, durante este período não ajudou nas negociações necessárias em prol do meio ambiente e dos povos originários. O cenário hostil resultou na mobilização rápida e presença de um número expressivo de mobilizadores, não só em São Paulo como também em Belo Horizonte, refletindo a preocupação da população com as pautas socioambientais. Para o professor da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Jacobi, que esteve na Avenida Paulista no domingo, “É importante somar forças e mostrar que na sociedade existem pessoas comprometidas com uma agenda climática, com a conservação dos recursos naturais e proteção das florestas. Basicamente dizer que estamos vivos e nos organizando cada vez mais, e não aceitando as interferências que afetam o clima.”
Durante o ato, as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips foram lembradas. Além disso, manifestantes também fizeram sátiras ao Presidente da Câmara e Deputado Federal, Arthur Lira, com uma placa de “Compra-se Meio Ambiente”, contendo o número de telefone do parlamentar.
Para o Deputado Estadual, Eduardo Suplicy (PT-SP), que esteve presente no Ato, é necessário que haja um desenvolvimento sustentável justo, com a erradicação da pobreza. “É preciso que tenhamos todos a visão de que o desenvolvimento tem que ser algo bom para todos os seres humanos. É importantíssimo que as nossas florestas e as reservas de água sejam preservadas”, explica o parlamentar, em entrevista ao Observatório do Código Florestal (OCF).
A manifestação aconteceu também em Belo Horizonte e Florianópolis. Em continuação, outros dois atos acontecem ainda nesta semana. Na quarta-feira (21) mobilizadores se reunirão no gramado do Congresso Nacional, em Brasília e na sexta-feira (23) na Cinelândia, Rio de Janeiro. Um tuitaço também está programado para o dia 21, a partir das 15h, concomitantemente ao Ato de Brasília.
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