23 de setembro de 2014
A Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o país não foi convidado a discutir o texto, o Conselheiro-Senior de Política Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Charles McNeill, rebateu afirmando que o primeiro rascunho foi enviado aos responsáveis no governo brasileiro, mas que o governo não respondeu. Como resultado, o Brasil, que tem a maior floresta tropical do planeta, ficou de fora de um acordo para reduzir desmatamento pela metade até 2020 e zerar o desmatamento até 2030.
A Declaração de Florestas de Nova York foi assinada por 130 países, empresas, organizações da sociedade civil e representantes indígenas na Cúpula do Clima, realizada nesta terça-feira (23) na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
O documento também busca a restauração de mais de 350 milhões de hectares de florestas e terras agricultáveis – uma área maior que a Índia, o que trará benefícios significativos para o clima e poderá tirar a pressão do desmatamento sobre florestas primárias.
A combinação de desmatamento zero com recuperação de áreas degradadas pode impedir a emissão de 4,5 bilhões a 8,8 bilhões de dióxido de carbono por ano, até 2030. A redução de emissões equivale tirar um bilhão de carros das ruas de todo o mundo até lá.
A declaração foi endossada por países desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento, multinacionais de diversos setores, entre elas a Nestlé, Walmart e Cargill, sociedade civil e povos indígenas do Peru ao Nepal. Países com florestas como a Colômbia (que divide a Amazônia com o Brasil) e a Indonésia aderiram à declaração.
Para Paulo Moutinho, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), “cabe ao Brasil, se não está satisfeito com o que está posto, continuar batalhando para o avanço da discussão e não apenas se retirar dela”. A presidente brasileira foi à Cúpula e ressaltou a redução de quase 80% nas taxas de desmatamento do país, desde 2004. Apesar do Brasil ter sido o país que mais reduziu emissões no período, a taxa de desmatamento voltou a subir no ano passado em 29%.
Entraves para madeira e soja de desmatamento
A declaração é política e tem como objetivo acelerar a ação de empresas para eliminarem o desmatamento de suas cadeias produtivas. De acordo com o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, “a Declaração de Nova York tem como objetivo reduzir mais poluição climática a cada ano do que a emissão total dos Estados Unidos no mesmo período. Florestas não são apenas uma parte da solução climática – elas produzem múltiplos benefícios para todos os membros da sociedade”.
Para auxiliar a Declaração de Nova York, várias ações foram anunciadas nesta terça-feira, entre elas:
* A promessa da Alemanha, Noruega e Reino Unido de financiar projetos para redução de desmatamento e proteção de florestas, assim como contribuir para a criação de incentivos econômicos dentro do acordo do Clima a ser negociado na Conferência de Paris, em 2015.
* A República Democrática do Congo, Etiópia, Guatemala, Uganda e outros países assumiram compromissos individuais de restaurar mais de 30 milhões de terras degradadas, além dos 20 milhões de hectares prometidos anteriormente.
* Vários dos maiores países europeus se comprometeram a desenvolver mecanismos em suas políticas públicas para promover compras de soja, carne, madeira e outras commodities provenientes apenas de fontes sustentáveis. Isto deve ter um grande impacto por causa do poder de compra de algumas das maiores economias do mundo.
O encontro de Cúpula, convocado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Mooon, acontece 14 meses antes da Conferência do Clima em Paris, com a finalidade de promover ações imediatas para a transição para uma economia global de baixo carbono.
Leia mais sobre a recusa do Brasil em assinar a declaração de florestas: http://glo.bo/ZGmOco
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