Uma análise de conteúdo de 44 jornais regionais e nacionais e quatro revistas noticiosas semanais realizada pela ANDI – Comunicação e Direitos com o apoio da Aliança pelo Clima e Uso da Terra (CLUA) revela que a média de matérias semanais sobre o desmatamento na Amazônia foi de apenas uma por semana em um período de seis anos, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2012.
Apesar de ter reduzido consideravelmente as taxas anuais de desmatamento na Amazônia, o Brasil ainda é o país que mais desmata no mundo. No último ano (agosto de 2012 a julho de 2013), o desmatamento aumentou 28% em relação ao ano anterior. Entre os jornais de circulação nacional, a média de matérias sobre para três por semana. Mesmo assim, apenas 1% das matérias publicadas no período são investigativas e 2% são editoriais, nos quais os veículos assumem posição sobre o assunto.
– A imprensa brasileira faz a ligação entre desmatamento e mudanças climáticas (que foi o tema principal de 11,7% dos textos) e políticas ambientais (11,3%).
– A mobilização das ONGs ambientalistas repercute na pauta. Elas têm credibilidade enquanto fontes de informação. Organizações da Sociedade Civil foram ouvidas em 15,6% dos textos. Aquelas voltadas a causas ambientais foram ouvidas em 12,3%. Mas demandas e ações da sociedade civil motivaram 4,6% da cobertura dos jornais.
– As ações governamentais impulsionaram o noticiário dos jornais: quase metade (47,8%) das matérias têm origem em cobertura de atos das três esferas de governo e somente 14,2% das matérias foram realizadas por iniciativa da própria imprensa.
– O foco institucional (enquadramento) da cobertura sobre desmatamento é fortemente associado ao Poder Executivo (49,6%).
– Menos de um quarto dos textos (23,4%) mencionam soluções para o desmatamento. Nesse conjunto, o Governo Federal é apontado como principal responsável pelas soluções (54% das vezes).
– Produtores rurais são ouvidos como fonte de informação em menos de 3% das notícias.
A Análise, que também incluiu as quatro principais revistas semanais de notícias (Veja, Época, Isto É e Carta Capital) compilou alguns dados que podem balizar o esforço em cobrir mais e melhor uma pauta que tem desdobramentos importantes e alcançam desde o modelo de desenvolvimento escolhido para o País, até a integridade da maior floresta tropical do mundo, que funciona como reguladora de umidade e clima para outras regiões e cuja destruição pode afetar o País e o mundo.
Desafios
“Trabalhamos com 1,5 mil matérias e há material de ponta, matérias premiadas inclusive. Mas esta é uma pauta complexa e estratégica e precisa de cobertura cotidiana”, afirmou Veet Vivarta, secretário-executivo da ANDI, no debate de lançamento da análise, realizado no dia 10 de dezembro, em São Paulo.
A repórter especial do Valor Econômico, Daniela Chiaretti, que participou do debate argumenta que “é caro enviar jornalistas para a Amazônia” e lembra que jornais locais enfrentam dificuldades maiores para cobrir o tema. Além de ressaltar que é “difícil saber o que está acontecendo no meio da floresta” e admitir que é um problema “tornar a Amazônia interessante para quem não conhece a sua realidade”.
O analista ambiental Mauro Pires, que foi o consultor técnico da análise produzida pela ANDI com apoio da Aliança para o Clima e Uso da Terra (CLUA), resume: “Sem mostrar para a imprensa que ela cobre pouco a questão, a situação não vai mudar”.
A análise completa pode ser lida e baixada no website da ANDI: Imprensa e Desmatamento na Amazônia.
OCF na COP28 O Observatório do Código Florestal é uma rede de organizações da sociedade civil formada com o objetivo […]
[ESTADÃO] ARTIGO DE OPINIÃO: Obrigação e ambição para a Mata Atlântica Fonte: Estadão / Por: Roberta del Giudice e Luís […]
CHAMADA ABERTA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE DIAGRAMAÇÃO DE PRODUTOS OCF Contratação de pessoa jurídica, para prestação de serviços de […]
Observatório do Código Florestal comemora 10 anos de trabalho pela implementação da lei de proteção às florestas do Brasil Uma […]